Filhos são como navios

24/01/2010 17:20

Ao olharmos um navio atracado no porto, imaginamos que ele esteja em seu lugar mais seguro, protegido por uma forte âncora. O mar pode se sacudir, as ondas podem ir ao seu encontro, mas não ousará tirá-lo.  Sabemos que ali está em preparação, se abastecendo para ser lançado ao imenso mar, indo ao encontro das próprias aventuras. Sabemos também que irá para longe e que em algum lugar, do qual não sabemos, estará atracado em outro porto. Dependendo do que a força da natureza lhes reserva, poderá ter que desviar da rota. Mas certamente, retornará ao seu caminho.

Assim são os filhos. Estes têm nos pais o seu porto seguro até que se tornem independentes, e uma vez independentes, seguirão para a sua 1° viagem em alto-mar. Por mais segurança, sentimentos de preservação e de manutenção que possam sentir junto aos seus pais, eles nasceram para navegar os mares da vida e correr seus próprios riscos.

Certo que levarão como provisão os conhecimentos da escola, o que aprenderam com os amigos, mas o principal combustível estará no interior de cada um: os exemplos e aprendizados deixados pelos seus pais. O navio antes de zarpar deve encher seus compartimentos de cargas com  valores herdados, como: fé, humildade, honestidade, disciplina, gratidão, generosidade…

O lugar mais seguro que o navio pode estar é o porto. Mas ele não foi feito para permanecer ali. Os pais devem ser este porto seguro para os filhos, mas não podem se esquecer do dever de prepará-los para navegar mar adentro e encontrar o seu próprio lugar, onde se sintam seguros.

Os pais podem querer o sorriso dos filhos, mas não podem sorrir por eles, podem desejar e contribuir para a felicidade dos filhos, mas não podem ser felizes por eles. Devem os filhos seguir de onde os pais chegaram, de seu porto, e, como os navios, partirem para as próprias conquistas.

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