Arca de Noé

        Amiguinhos, vocês se lembram que Caim foi embora para outra cidade, se casou e teve filhos? Lembram que os filhos de Caim eram desobedientes e não gostavam do Papai do céu?
        O tempo passou, passou, passou… A Terra se encheu de pessoas más, que não rezavam, não repartiam as coisas que possuíam, não obedeciam nem seus pais nem suas mães.
        Mas numa terra distante, vivia um sábio camponês chamado Noé. Ele era um homem bom e vivia com sua família uma vida tranquila. Noé e sua família cultivavam figos e uvas e tratavam, com muito carinho, dos animaizinhos.
        Um dia, quando estava cuidando da sua plantação, Noé ouviu a voz do Papai do céu.
        - Noé, uma chuva muito forte está se aproximando. Eu quero que você construa um barco bem grande, uma arca. Então coloque dentro um par de animais de todos os tipos que existem no mundo. Sua família, esses bichinhos e todos os que entrarem na arca serão salvos da enchente.

         Noé fez o que Papai do céu pediu. Juntou uma grande quantidade de madeira. Dia após dia, ele e seus filhos - Sem, Cam e Jafet - martelavam e pregavam as madeiras da arca. Finalmente o enorme barco estava pronto.
        Noé falou com as pessoas sobre a grande chuva que destruiria o mundo inteiro. Mas as pessoas não acreditaram. Elas achavam que Noé era maluco e riam dele.
        Mas Noé insistia:
        - Irmãozinhos, o Papai do céu falou comigo. Ele disse que uma forte chuva está por vir. O Papai do céu vai salvar todos que entrarem na arca. Entrem, por favor!
        - Há, há, há… Todos riam de Noé.
        Então Noé viu que as pessoas eram más e que não queriam ouvir o que o Papai do céu falava.
        A arca bem grandona estava pronta e nela havia uma rampa de madeira que chegava até a porta.
        - Pai, gritou Sem, olhe lá.
        Noé olhou e viu animais grandões e pequenininhos que se aproximavam. Pássaros enchiam o ar. Formigas, joaninhas e aranhas corriam pelo chão. Com um retumbar de passos e uma agitação de asas, todos os animaizinhos entravam na arca. Os elefantes balançam a rampa todinha. Coelhos saltavam.

        A família de Noé observava o embarque, enquanto um macho e uma fêmea de todos os animais existentes na terra encontravam um lugar dentro da arca. O interior da arca estava lotado e os animais se acomodavam nas camas feitas de palha.

        Noé sentiu um leve toque no seu ombro. Era um assustado pombinho branco, inclinando-se para junto dele.
        - Não se preocupe, pequenino, disse Noé acariciando o pescoço do passarinho. Então Noé levantou a cabeça para escutar. As primeiras gotas de chuva começavam a descer sobre a arca.
        E choveu, choveu, choveu… A água levantou a arca do chão. Flutuando na enchente, ela subiu acima das árvores. Depois, acima das mais altas montanhas. A chuva caiu por 40 dias e 40 noites.

         Os animais se sentiam seguros dentro da arca enquanto ela era levada pelas águas. A família de Noé alimentou-os e lhes deu banho. Jafet lixava as unhas das patas do rinoceronte, Cam lavava as costas do porquinho. Finalmente a chuva parou. As águas acalmaram. A luz do sol brilhou no convés molhado da arca. Noé abriu uma janela e disse:
        - Vá amiguinho, disse para o pombinho. Vá por aí e procure por terra.

         O pombo voltou duas horas mais tarde, cansado e triste. Ele não achou nenhum pedacinho de terra, nem árvores para pousar. O mundo ainda estava cheio de água. Noé deixou-o descansar por uma semana. Então o soltou novamente. Desta vez o pombinho voltou todo alegre, com um ramo de oliveira no bico.
        - A água está baixando, gritou Noé.
        Quando a terra ficou seca, Noé viu que a arca estava pousada no alto de uma montanha. Ele abriu as portas da arca. Aos pares e em famílias, os animais deixaram o barco. Eles corriam, voavam e deslizavam pelo vale ensolarado.
        Um lindo arco-íris apareceu no céu. E Papai do céu falou:
        - Este arco-íris é um sinal, disse Papai do céu. Eu prometo que nunca mais uma inundação irá cobrir toda a terra novamente.
       Noé e sua família se instalaram no vale. Eles viveram sempre felizes, sob tempos de chuva e sol.

 Fonte: https://sementinhakids.wordpress.com/ (com adaptações)